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SANTA CASA É PARTE DE PROJETO DE PESQUISA QUE TESTA PROTÓTIPO DE RESPIRADOR EMERGENCIAL

SANTA CASA É PARTE DE PROJETO DE PESQUISA QUE TESTA PROTÓTIPO DE RESPIRADOR EMERGENCIAL

O aparelho aprimora a automação da ventilação manual, conhecido como ambú.

A Santa Casa de Campo Grande, maior e mais bem equipado hospital da região Centro-oeste, foi escolhida por um grupo de pesquisadores da Capital para testar um aparelho que está sendo desenvolvido para comprimir o ambú, equipamento de ventilação manual, usado principalmente no transporte até o hospital de pacientes intubados ou, momentaneamente, quando os monitores de ventilação mecânico estão escassos.

As ventilações com o protótipo testado nesta fase clínica, estão sendo realizadas em pacientes críticos na área vermelha do Pronto-socorro do hospital, e tem como base um projeto aberto da Universidade de Massachusetts, Instituto de Tecnologia de Massachusetts – MIT em inglês. O engenheiro eletricista, Jader Lucas Peres, explica que a funcionalidade do protótipo é a mesma que a dos aparelhos utilizados nos hospitais, mas para a efetiva utilização, deve-se cumprir todo o processo de validação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, e destaca que o aparelho não substitui o uso dos ventiladores convencionais.

“Esse aparelho substitui o profissional que fica manipulando o ambú. Ele tem todos os parâmetros que uma ventilação convencional possui, é um aparelho completo, mas que não substitui analogicamente a ventilação mecânica, por norma. Desde o início estamos empenhados em cumprir todas as fases para termos a autorização da Anvisa, e estamos na finalização dos últimos testes ”, explicou.

Durante todo o ano de 2020 o projeto foi desenvolvido em partes, iniciando pelo teste de bancada, depois do funcionamento da parte eletromagnética, teste de bateria, resistência e força. Com êxito nestas fases, iniciou-se a testagem em suínos, contando com o apoio da Universidade Federal DO Mato Grosso do Sul – UFMS, e em dezembro começaram as pesquisas em seres humanos na Santa Casa, etapas necessárias para a homologação da Anvisa.

O médico anestesista da Santa Casa, Dr. Tiago Torminato Moreira, um dos pesquisadores neste projeto, relata que os parâmetros avaliados foram todos dentro do esperado pela equipe e com resultados positivos. “A aplicação da pesquisa aqui na Santa Casa é através da ventilação de pacientes selecionados e com a autorização de um familiar, de 3h a 6h e, a cada hora, são feitos exames para controlar se a ventilação está sendo efetiva. E em todos os pacientes que nós fizemos, conseguimos bons resultados, mantendo oxigenação, dióxido de carbono dentro da normalidade, melhora da acidose respiratória em alguns casos e outros parâmetros”, destacou.

Com a aprovação do projeto pelas autoridades responsáveis, o uso do equipamento possibilitará a liberação do profissional que precisa manusear o ambú. O aparelho servirá como um suporte também nos casos de pacientes provenientes do interior até chegarem num centro mais avançado. De forma emergencial, ele será indicado por um médico ou fisioterapeuta de acordo com a avaliação clínica do paciente.  “Podemos assegurar que para situações emergenciais, ele é extremante útil. E esperamos que, neste mês de abril ou maio de 2021, nós tenhamos a homologação pela Anvisa”, afirmou Dr. Tiago.

 

Pesquisa

Há pouco mais de um ano a equipe formada por engenheiros eletricistas e médicos iniciaram o projeto de pesquisa com autorização do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da Uniderp, Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e, nesta fase de teste clínicos, na Santa Casa, por meio da Escola de Saúde.

A ideia do projeto de pesquisa não é a substituição da ventilação convencional, pois trata-se de um respirador emergencial e transitório do tipo ambú automatizado. Com o alto número de pacientes críticos que dão entrada nos hospitais, especialmente na Santa Casa que, também, possui o maior Pronto-socorro do Estado, pode contribuir de forma significativa.

Os pesquisadores envolvidos no projeto são: a médica anestesista, Drª Agne Chiquin Bochi Brittes, a médica hematologista, Drª Deise Ferreira Nantes, a médica intensivista, Drª Patrícia Berg Gonçalves Pereira Leal, os fisioterapeutas Rayssa Bruna Holanda Lima e Max Willyan Irigojen Silva, o engenheiro eletricista, Rene Alfonso Capitanio, o engenheiro de controle e automação, Daniel Augusto Dias Araújo e o diretor de tecnologia, Luiz Fernando da Silva Borges. Além dos que já foram citados na matéria.

Por ASCOM Santa Casa de Campo Grande – 15/4/2021

 

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